terça-feira, 19 de outubro de 2010

Novos Autores!

            Sinto-me lisonjeado por ser convidado por Rody Caceres para me juntar a militância dos novos autores da cidade de Rio Grande. Ainda engatinho nessa vida de escritor – diria que nem engatinhar eu engatinho, sou novo de mais pra isso ainda – por tanto, fico surpreso pelo convite. Para isto, ele me pediu para escrever um pouco sobre alguns tópicos, então, aí vai.

Literatura
            Uma matéria de colégio. Brincando, mas falando sério ao mesmo tempo, acho que é o que melhor define esse conceito para mim. Literatura é tudo o que vemos no colégio, como a poesia, prosa, contos e histórias. É a arte de se contar algo para alguém através da linguagem escrita. Assim como na música, a literatura possui estilos diferentes e formas diferentes de escrever. Tem semelhança também com as revoluções dentro da música e da literatura, por exemplo, o movimento punk – tocar com 4 acordes e olhe lá – se assemelha pra mim ao movimento de liberdade literária, onde não importavam as formas e nem as regras da língua culta. Por tanto, literatura é uma forma de arte como qualquer outra, mas que aborda a imaginação e sentimento do “destinatário” de outra forma.

Influências
            Definitivamente eu não sou influenciado pelos clássicos. Na verdade eu nunca gostei de ler os clássicos. Algo mais próximo dos clássicos que eu gostei foi Luís Fernando Veríssimo com seu “Analista de Bagé”. Se considerarem Stephen King como um clássico... Acho que não, né?
            Minhas influências principais são Hugh Laurie e André Vianco para as histórias longas, para as mais curtas, seriam o Luís Fernando Veríssimo, David Coimbra e também o André Vianco. Cherry Cheva – roteirista de uma família da pesada - também é muito engraçada e gosto de sua forma de escrever.
            Como podem ver, não leio nada clássico, mas o que eu leio, lê os clássicos, então, acabo sendo influenciado no rebote.

Perspectivas Literárias
            Minha resposta vale tanto pelo eu-leitor e o eu-autor.
            Algo que preso imensamente é a criatividade. Antes de qualquer coisa o autor deve ser criativo. Um autor pode ser criativo, mas não ser necessariamente original. Entenda, alguém criativo pode pegar uma série de clichês e transformar a história em algo interessante, mesmo usando de clichês, mas usando-os com sabedoria e nos momentos certos. Momentos certos e não momentos onde todo mundo imagina onde ele colocará o maldito clichê. Importo-me com o como a história é contada. Por exemplo, Crepúsculo. Eu odiei a história no geral. Romancezinho mela cueca ao maior estilo romantismo do século XVII (eu acho que é essa época), onde o protagonista tem que se apaixonar pela mulher idealizada e no momento que ele a tem ela deixou de ser pura e ideal e blábláblá. Tudo desculpa pra camuflar insegurança, falta de confiança e... Bom... A puberdade. Mas ela soube contar uma história ali. Tanto que ela virou best seller e tem uma série de filmes baseadas nos seus livros. E é disso que eu falo.
            O problema da originalidade tem como exemplo, novamente, o Crepúsculo. Vampiro que brilha no sol? Original. Bom? Cabe a você decidir.

Novos Autores
            Difícil pra eu escrever sobre isso. Não sou um conhecedor de autores. Não tenho uma estante com 1874286714 livros de 249839 autores diferentes. Conheço muito pouco, porque eu prefiro a literatura... Não digo moderna, mas contemporânea – contemporânea a mim, entendem? Então, qualquer autor que eu não conheça, vai ser novo. Eu sou meio virgem nesse mundo e só leio o que muita gente considera porcaria ou “não artístico”. Mas falando de pessoas que fizeram sua estréia recentemente, Hugh Laurie – sim, o House – é alguém para se prestar atenção e os blogueiros de plantão, com ou sem pretenções de se tornarem profissionais.

Blogs
            Não tenho tempo para sair catando blog pela Internet, infelizmente. A maioria dos que eu, por acidente, acabei lendo foram muitos com textos subjetivos, onde as desavenças amorosas são o tema, assim acabam afirmando que homem ou mulher age sempre assim e blábláblá. È compreensível, já que aquela pessoa se envolve com homem ou mulher daquela idade e naquela idade eles acabam tendo as mesmas incertezas e certezas. Esses blogs são como uma válvula de escape. Vi muitos blogs com imagens engraçadas e etc, mas tudo retirado da Internet, nada muito inovador. Vi também alguns blogs informativos, gente opinando nas eleições, militando para esse ou aquele candidato e militantes verdes. Esses foram os mais interessantes, na minha opinião. Mas vejo pouquíssimos blogs de pessoas que escrevem ficção de seu próprio punho. Gente que faça a literatura. Isso é raro. É uma pena. O blog é uma ferramenta poderosa que pode ser usada para divulgar o seu trabalho, mas não vejo muito os escritores que almejam serem profissionais utilizando-a.

E-books
            Como leitor, eu os odeio. Eu odeio ler coisas pela tela do computador. Odeio escutar música pelo computador. Mas o leitor do meu som está danificado, então, é via mp3 mesmo. Voltando aos livros virtuais, acho totalmente sem graça. Tu não pode folhar, tu não poder cheirar, tu não pode sentir. Não tem graça. Seria como fazer sexo com uma mulher que não se pode sentir, cheirar e tocar. Isso tudo sem nem mesmo descascar a banana.
            Como autor, não pesquisei isso ainda, mas acredito que  - como não se usa papel – é uma forma muito mais barata de se publicar um livro, porém, a pirataria torna essa forma de publicação meio sem sentido, se você espera ganhar algum dinheiro com isso. Mas ainda assim, prefiro o livro material.

Editoras
            Editoras são como as gravadoras, no mundo da música. Empresas que visam o lucro e não devem ser crucificadas por isso. Ou alguém aqui vai abrir um boteco e servir chopp na camaradagem pra todo mundo?
            O problema está em editoras que apostam nos novos escritores e nas que não fazem nada em relação – não apóiam e nem apóiam, são indiferentes. A Novo Século – publica André Vianco - tem em seu site um contato para novos autores, onde tu envias o teu livro e eles analisam. Não sei como funciona, mas quando o meu estiver pronto, vou tentar.

Futuro da Literatura
            Como eu já disse, não gosto dos clássicos, mas, é nessas horas que eu olho para o crepúsculo, e olho para o Camões e paro para pensar. Mas não devemos achar que é o fim do mundo. E outra, fodam-se os que fazem algo que tu não aceite. Faça o seu.
            Agora como leitor, a literatura, como qualquer arte, reflete o momento atual do mundo. É triste olhar para o mundo e ver a juventude se vestindo de power rangers – cada um de uma cor - e as bandas se tornando vuvuzelas – coloridas e com som horroroso – com um cabelinho justin bieber como cereja do bolo. Eu já escrevi isso num post anterior, mas basta pensar o que vimos no VMB desse ano com a banda restart sendo vaiada por ganhar um premio que o próprio público escolheu e bandas, quando jovens, como rage against the machine, fazerem um protesto e serem presos por isso. A arte como um todo, pelo menos a que vende, e, conseqüentemente, a que atinge as massas, não está mais representando o que o mundo passa, mas sim, uma moda. Até mesmo a ficção científica não consegue mais “prever” o futuro. Mas, com o tempo, vai mudar. Se for pra melhor ou pra pior, sejamos esperançosos então.

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