quinta-feira, 29 de março de 2012

O universo e a sua faceta

                Simplesmente existe algo na noite que me inspira. Na verdade são vários “algos”.
                O silêncio. Quando se consegue escutar um cachorro latindo a quatorze quadras de distância; o mar rebentando as ondas na beira da praia, naquele constante e eterno, sem um propósito aparente.
                O mistério. O fato de tornar desconhecido e intimidador tudo o que era facilmente distinguido e colorido. Essa simples mudança de tonalidades. Do azul atmosférico ao negro real. Essa é a verdade da noite. Ela mostra como tudo deveria ser. Na verdade, é como tudo realmente é, ao contrário dessa ilusão colorida e insuportável proporcionada por apenas um astro. Gigante para nós. Vital, sim, mas um ilusionista. Para o universo – real faceta da noite – o astro não passa de um infinitésimo. Algo menor que um grão de areia.
                Já são duas e meia e eu sigo com a caneta (preta) na mão, pensando no amor distante, tentado pela pequena garrafa de cachaça, e mergulhado nos portões do cemitério ao lado dos guturais e riffs dos cowboys do inferno.

3 comentários:

  1. então... ia tudo muito bem... até que acabou!

    cara, teu texto tá muito bom, pena que terminasse bem antes do que espera um leitor... vai tão bem, que dá vontade de ler mais umas duas páginas...

    escreve mais... escreve mais... sei que podes tirar muita coisa daí...

    grande abraço

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  2. texto que, de certa forma, dialoga com meu poema "Concerto da Madrugada"

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  3. A ilusão é do sol ou dos nossos olhos?

    Tem outros textos em espanhol, uma das línguas mais sonoras e bonitas. :)

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