terça-feira, 25 de junho de 2013

Aquário

Da beira do cais, ele observa a maré. Sobe. Desce.
As gaivotas fazem um voo rasante. Capturam o alimento. Se empoleiram nos tocos e boias.
Uma brisa doce/salgada acaricia o seu rosto trazendo uma nostalgia
Uma saudade. De quando partia para o mar. Capturava seu alimento. Seu sustento

As gaivotas fazem um voo rasante. Capturam o alimento. Se empoleiram nos tocos e boias
A maré sobe e desce
A água bate gentilmente nas pedras
Trazendo o som da calmaria. Da paz. Dá sede.

Lembrou-se de um aquário. Um que viu no gato da TV a cabo.
As gaivotas fazem um voo rasante. Capturam o alimento. Se empoleiram nos tocos e boias
Assistia tudo com calma. Com paz.
Mas não estava em paz. Queria estar no mar. O papel proibia.

Assistia como se estivesse assistindo um aquário
Só não sabia que também era assistido.
Assistido como se estivesse num aquário

Assistido, porém, jamais assistido.
Assistido por quem conhece. Por quem sabe. Por quem pode

Sem jamais ser assistido

Um comentário:

  1. é, brother, o caminho é este. tem algo diferente ai. um belo salto.

    agora, uma dica do Ginsberg, que descobri semana passada: quanto menos artigos, melhor. é bom "secar" o poema, torcer até sair todo caldo e ficar só a polpa levemente úmida.

    abraços

    abraços

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